Não há como negar: somos cíclicas. Com a mudança hormonal que acontece durante a nossa vida, geralmente todo mês, é difícil manter-se estável emocionalmente. Entender este processo e cuidar da saúde emocional é uma estratégia que ajuda a melhorar a qualidade de vida feminina.
+ Essenciais para o sistema imunológico, probióticos são aliados no combate à Covid-19
+ Saiba quando oferecer o primeiro alimento ao bebê
De acordo com um estudo feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão é uma doença que afeta 322 milhões de pessoas no mundo. Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, descobriram que o transtorno afeta mais mulheres que homens. Entre os jovens de 14 a 25 anos, por exemplo, elas têm duas vezes mais probabilidade de ter depressão que o sexo masculino.
Para que elas saiam dessas estatísticas, o especialista em felicidade Mauricio Patrocínio, autor do livro “Por que as pessoas não são felizes?”, dá dicas de como melhorar a saúde emocional e focar na felicidade genuína, e não apenas momentânea.
“Sofrer de depressão é sofrer ‘de pressão’. Justamente, a pressão que a mulher coloca em ter que ser uma excelente esposa, mãe e profissional, além de estar jovem, bonita e em forma sempre, entre tantas outras coisas, traz tudo isso”, começa.
“A maravilha de ser mulher é ser boa para ela mesma, para o que faz sentido para ela, para o projeto de vida dela, sem se comparar tanto com os outros e olhando para as escolhas dela. Quando passarem a olhar mais para si para, depois, olhar para os que amam, teremos mulheres mais felizes e menos deprimidas”, completa Mauricio.
Segundo o profissional, as mulheres têm uma facilidade maior em fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, o que faz com que elas se sintam sobrecarregadas muito mais vezes do que os homens.
“Por mais que exista essa habilidade natural, não dá pra ser tudo ao mesmo tempo. Muitas coisas acabam ficando para trás. E está tudo bem”, explica.
Um dos grandes motivos que acaba afetando a saúde mental feminina é que a cada escolha feita, existe um julgamento. Se focamos na carreira, não botamos a família em primeiro lugar. Se escolhemos a família, não estamos indo atrás de objetivos profissionais.
“Infelizmente, ao decidirem se dedicar a uma determinada função – como, por exemplo, serem profissionais de sucesso – e fazê-la com excelência, as mulheres deixam outros fatores de lado e, com isso, logo vem a cobrança de não terem sido mães, de não terem casado ou de não estarem em forma”, conta Mauricio.
“Hoje, homens e mulheres têm, cada vez mais, habilidades novas que foram desenvolvidas e que se correlacionam. Óbvio que não é ainda generalizado, mas temos que disseminar essa máxima o tanto quanto pudermos”, completa.
Para ajudar no equilíbrio emocional e autoestima, o especialista dá algumas dicas para as mulheres. “A coisa mais importante que aconselho é fazer uma lista das suas cinco principais qualidades e virtudes. Uma vez feita, repeti-las para si mesma diariamente, se olhando no espelho e se apreciando. Junto com isto, um exercício para agradecer tudo que se tem e tudo que se é. Os problemas e dores já são normalmente latentes em nossa mente, o exercício deve ser o contrário”, explica.
“Por fim, olhar-se no espelho com admiração, independentemente da idade, da forma que está, ver a sua beleza hoje, se amar. Exercitando o amor próprio, certamente, a gente passa a se cuidar mais.” Quando nos conhecemos em profundidade, ficamos mais seletivos sobre o que aceitar ou não.
“Quando olhamos para nosso valor pessoal, sabemos, então, o que aceitamos e não aceitamos para nós. Por bem, vivemos em uma sociedade hoje que, apesar de ainda haver situações lamentáveis, está mais atenta aos abusos, e que tem, sim, que se posicionar e exigir igualdade”, finaliza Mauricio.